quinta-feira, junho 22, 2017

O grito

Eduard Munch

Mastigo as palavras
que me corroem a alma
e se colam na garganta
como se um grito silente
me ocultasse na voz
as sílabas que, teimosas,
me  estrangulam no peito
a construção do poema.
É que há palavras,
que rasgam o ventre
ao germinar.


Ailime
04.08.2016
(Reposição)

13 comentários:

  1. Foste e lindo grito..Temos por vezes que não sufocar os gritos! bjs, chica

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  2. Esta pintura sempre me fala fortemente. Ela acompanhada com os seus densos versos, Ailime, deixaram-me reflexiva a pensar no "grito da alma"... O melhor a fazer quando as palavras se agitam no nosso interior é, certamente, silenciar e recorrer à Palavra viva e eficaz... Há tempo para tudo!
    Hoje tive um dia meio "gritante", mas agora estou a tomar um chazinho de cidreira para que o sono seja suave e o amanhã chegue com alegria...
    Beijinho

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  3. Que nunca lhe doa a voz
    Bj

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  4. Este grito silente chega-me através das tuas palavras tão nítidas, tão presas à tua voz... Muito belo, o poema. Munch sempre arrepiante.
    Um beijo, minha querida Amiga.

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  5. Verdade, Ailime! Rasgam, sim, o ventre e o coração... mas precisam ser ditas! Belo post, amiga; boa semana.

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  6. Mas ainda bem que as palavras germinam.
    Magnífico poema, gostei muito.
    Ailime, tem um bom resto de semana.
    Beijo.

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  7. As palavras podem ser realmente dolorosas.

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  8. Linda forma de expressar. Lindo poema, bjs,

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  9. Aguardo o próximo post, amiga. Boa semana!

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  10. Muito expressivo em sentimentos e emoções, as quais explodem num grito. Beijos!

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  11. Quanta emoção nesse poema Ailime. Quantas palavras oscilam dentro do peito e emudecemos sem coragem para dize-las. Quantas ditas e são levadas ao vento sem que alguém ´possa escutar enquanto outras se eternizarão, como em seu belo poema. Um abraço amiga;

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«Sou como você me vê.
Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania,
Depende de quando e como você me vê passar».C.L.