domingo, setembro 01, 2013

Capto no olhar o silêncio


Capto no olhar o silêncio
Encapotado pelas cinzas soltas
Que pousaram na aridez dos desertos,
Os clamores que os ventos arrebataram
Das chamas dispersas por longas viagens.

Ah! Mas os sonhos! …Esses foram traídos,
Desfeitos pela anarquia dos ventos
Em desvario infernal e desconexo.

E o deserto continua disforme,
Irreconhecível e irrespirável.
Do interior da terra ouço o borbulhar da seiva
A resgatar o silêncio das trevas.


01.09.2013
Ailime
Imagem Google

5 comentários:

  1. Bonito, Ailime!...
    Borbulhar e resgatar, duas palavras que trazem viva esperança!

    Obrigada pela frase, AMANHÃ VAMOS CIRANDAR...

    Beijinhos...

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  2. Os sonhos ainda que desfeitos, podem reborbulhar...Linda poesia! beijos,ótimo setembro! chica

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  3. OH! Que beleza! Que arremate fantástico: "Do interior da terra ouço o borbulhar da seiva
    A resgatar o silêncio das trevas". Grande abraço e grande setembro!

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  4. Que em nosso interior sempre borbulhe a seiva, Ailime, ainda que tentem impor-se o silêncio e as trevas. Belo texto, boa semana!

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  5. Ailime
    como você estava inspirativa ao fazer esse lindo poema
    Ele fala o que a imagem reproduz.
    Desejo que o borbulhar da seiva resgatem os sonhos traídos!
    bj
    zizi

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«Sou como você me vê.
Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania,
Depende de quando e como você me vê passar».C.L.