sábado, novembro 15, 2025

Um poema

Pixabay


Um poema nem sempre segue o raciocínio do poeta.

Entra em ziguezague para a direita e para a esquerda

buscando num labirinto de memórias

imagens presentes e passadas

de pessoas, de paisagens, de cidades,

de amores e desamores, de luzes e cores.


Na insatisfação do que escreve, o poeta

continua obstinadamente o seu esforço

num procura infrutífera, que insiste

em negar-lhe a razão de um poema 

que o satisfaça.


Não desiste e continua teimosamente.

Mistura palavras com e sem nexo.

Até que cansado, pousa a caneta

sobre o caderno, abre a janela e

deixa o vento entrar!


Talvez daqui a pouco se faça luz

e o pensamento se liberte,

para que, finalmente, o poema germine.


Texto 
Emília Simões
15.11.2025



2 comentários:

  1. LINDO!!! Teus poemas nem precisam de vento e luz...Germinam sepre! ADOREI! beijos, chica

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  2. Boa noite de sábado, querida amiga Emília!
    Um poema de alma da poeta... lindo demais!
    Descreve, com exatidão, o percurso da arte de escrever que passa por inúmeros vaivéns...
    Parece que estamos num balanço, procura, acha, torna a procurar, encontra de novo e assim sucessivamente...
    Parabéns, querida!
    Tenha um domingo abençoado!
    Beijinhos fraternos

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«Sou como você me vê.
Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania,
Depende de quando e como você me vê passar».C.L.