sábado, janeiro 14, 2023

Às vezes regresso à casa onde nasci


Às vezes regresso à casa onde nasci
e não me reconheço.
Tal o abismo que o tempo marcou
nas minhas mãos, nos meus dedos,
na minha boca, no meu olhar.
Até os meus passos parecem perdidos
nas escadas de pedra preta, agora com
musgos escorregadios.
Não fora o tempo das chuvas
e o vento agreste que as cobrem de folhas
molhadas, pela ausência de tudo.
Na neblina que cobre o rio vislumbro
uma pequena luz.
Talvez um raio de sol
a indicar-me um novo caminho,
uma nova estação
no adejar dos pássaros.

Texto 
Ailime
13.01.2023
Imagem Google

16 comentários:

  1. Poema muito bonito. Amei ler. Obrigada
    .
    Fragilidades...
    .
    Beijos. Bom fim de semana.

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  2. Foto e poema deslumbrantes que muito gostei de ver e ler.
    .
    Feliz fim de semana … Saudações poéticas
    .
    Pensamentos e Devaneios Poéticos
    .

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  3. Lindíssimo teu poema e voltar ao passado, à casa da infância, por vezes pode bem outro cenário daquilo que dela tínhamos, mostrar!
    Lindo poema! beijos, chica

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  4. Uma nostalgia imensa varreu todas as folhas e ficou o musgo como testemunha da "nossa" casa da aldeia.
    Quanta beleza, Ailime!
    Beijinho

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  5. Bom dia de domingo, querida amiga Ailime!
    Eu não me reconheço também no lugar da minha infância.
    Você descreveu poeticamente, com muita sensibilidade, suas emoções ao pisar em solo natal. Aplausos, Amiga!
    Tenha uma nova semana abençoada!
    Beijinhos

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  6. A casa da nossa infância ou o nosso imaginário revisita-nos
    sempre. É a parte da nossa vida que nunca nos abandona.
    E estará lá sempre a saudade de dias que não voltarão.
    Bom domingo, amiga Ailime.
    Beijinhos
    Olinda

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  7. Sergio1/16/2023

    Na vida, nada é para sempre. A mudança é essencial e permanente. As memórias fazem-nos quem somos, levamo-las connosco e partilhamo-las com os outros. Morreríamos se tudo se mantivesse na mesma. Com isso em mente, sermos gratos por todos os momentos em que estamos vivos, fazer com que contem. Impérios constroem-se e destroem-se. Assim também as ruas da nossa aldeia, cidade. Evoluem. Outras ruas se construíram, outras aldeias, outras cidades. A nossa construí-nos a nós. Lembrar e agradecer. Aceitar o tempo e a mudança, sem medo. Abraçar onde estamos e o tempo presente em que vivemos. Beijinhos

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  8. O tempo passa e quando voltamos à casa onde nascemos percebemos o quanto a vida nos transformou, como olhamos tudo de forma diferente. Belíssimo e delicado poema, minha querida Ailime.
    Uma boa semana com muita saúde.
    Um beijo.

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  9. Um poema com um significado enorme. A casa da nossa infância sempre nos trará reflexos do que somos atualmente. Que bom que podemos lembrar com bons olhos os momentos inesquecíveis e saudosos.
    Beijinhos e carinhos...

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  10. Verdade indesmentível. O tempo tudo muda, e em nós, fica a nostalgia do passado, da nossa infância...
    Lindo poema. Gostei bastante.
    Votos de uma excelente semana, amiga Ailime.
    Beijinhos.

    Mário Margaride

    http://poesiaaquiesta.blogspot.com

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  11. Bela verdade, poeticamente dita: quanto retornamos à casa natal, nunca a vemos como era antes... mas ela sempre nos indica um novo caminho. Muito belo, amiga! Boa semana, meu abraço.

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  12. É bom regressar e há sempre algo que nos causa está melancolia 💗... Bj

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  13. Boa tarde Ailime
    Um poema que podia ter sido eu a escrever, pois comigo é essa sensação que sinto.
    O tempo passa e nós passamos e sem querer nós mudamos, e assim é também com o local onde nascemos e pensamos que ficaria sempre como era na nossa meninice.
    Gostei e adorei a fotografia muito bem casada com o poema.
    Boa semana com muita saúde e alegria.
    Um beijo
    :)

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  14. Tudo muda, principalmente o nosso olhar.
    Continuação de boa semana, amiga Ailime.
    Um beijo.

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  15. Olá Ailime,
    Passando por aqui, relendo este excelente poema que muito gostei, e desejar um feliz fim de semana, com muita saúde.
    Beijinhos!

    Mário Margaride

    http://poesiaaquiesta.blogspot.com

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  16. Olá, amiga Ailime, gostei muito deste seu canto, desse seu retorno
    à infância e da ausência sentida do tempo que ficou lá atrás. Mas,
    pensando bem é possível que se possa aceitar com ternura o tempo de hoje com as marcas que ele deixou no corpo e no modo de andar.
    Parabéns, Poeta!
    Um bom final de semana, com saúde, e paz.
    Beijo, amiga Ailime.

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«Sou como você me vê.
Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania,
Depende de quando e como você me vê passar».C.L.