terça-feira, junho 22, 2021

Escutar-te





Olho-te nos olhos

cavados, profundos

como se tivessem o mundo

por dentro

e um oceano

os beijasse

tantos são os sulcos

que os cerceiam

como a luz baça

que os envolve.

Alguns ignoram-te

outros maltratam-te.

Na tua solidão

ao relento

já nem sabes quem és.

Ninguém te escuta.

Ninguém te vê.

O que não sabem

é que tiveste uma vida plena

e bebeste nas agruras da vida

todo o teu saber.

Escutar-te

é  como ler uma enciclopédia.


Texto
Ailime
21.06.2021
Imagem Pinterest


20 comentários:

  1. Há tanto a aprender se escutarmos os mais velhos...Linda imagem! beijos, ótimo dia! chica

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  2. Fantásticos, seus versos! Te aplaudo daqui, querida!
    Sabe-se que vivemos tempos, onde os de mais idade, estão a ficar em maioria quando comparado aos mais jovens, é mais do que chegado o momento de se dar o devido respeito e valor aos mais velhos, pois com certeza já viveram, já viram , já passaram por tantas coisas na vida, que de fato são como enciclopédias.
    Amei ler, beijinhos
    Valéria

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  3. Em Lisboa, Portugal, infelizmente as ruas estão cheias de sem abrigo. Alguns, inclusive, com grandes estudos. Só se olha por eles um dia no ano ( Natal) e quando vão haver eleições. Depois disso são apenas... vagabundos.
    .
    Abraço poético
    .
    Pensamentos e Devaneios Poéticos
    .

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  4. Ninguém te escuta.

    Ninguém te vê.

    Boa noite de paz, querida amiga Ailime!
    Muito perfeita a descrição que faz dos rejeitados, dos não valorizados.
    Os meus idosos são deixados de lado pelos que buscam prazeres mundanos.
    Parabéns pela sua poética nata!
    Tenha uma a noite e amanhecer abençoados!
    Beijinhos carinhosos e fraternos de paz e bem

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  5. Que poema lindo!! :))
    .
    Coisas de uma Vida
    .
    Beijos, e uma excelente tarde.

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  6. Escutar e tão importante!
    Bj Ailime e aplaudo a partilha!!! Bj

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  7. Olá, Ailime!
    Poema tocante. Em que descreve na perfeição, uma realidade perturbante, em que muitos idosos são marginalizados como se fossem lixo.
    Parabéns!
    Beijinhos e feliz semana!

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  8. A vida faz vincos na pele e na alma e as rugas poswm traduzir as agruras no tempo que cruelmente não retrocede.

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  9. Minha mãe! Mais um lindo poema, tão verdade é o que descreves. A idade permite-nos viver várias vidas. Que valem a pena ser vividas. Cada uma no tempo que nos é dado. Mudamos por fora e por dentro, e assim nos construímos. Aceitar as rugas é aceitar a vida, na fase em que se está. É não ter medo da mudança, que é a única constante da vida. Beijinhos!!

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  10. Os mais velhos. Aqueles a quem a vida ensinou tanto e que muitas vezes são ignorados em vez de aprendermos com eles. Sabemos que cada ruga do rosto é um caminho onde a angústia se deteve... Tão belo, minha querida Amiga Ailime. Continua a cuidar-te bem.
    Um beijo.

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  11. Belo texto, forte e denso, assim como é a vida. Foto e versos que me passaram reflexões dos anos vividos e encarados na poderosa mão do Criador. Cada criatura carrega consigo marcas e sensações do misterioso viver. Sinto compaixão dos abandonados...
    Beijinhos

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  12. Na verdade há tantas bibliotecas por desvendar
    tantos silêncios por ouvir
    Belo

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  13. é preciso saber escutar.

    Isabel Sá  
    Brilhos da Moda

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  14. Já não importa se sabes quem sou, o importante que eu sei quem és e quem foi e o que representa na vida e no mundo.
    Muito bonito este olhar e poetizar em respeito à historia.
    Aplausos Ailime.
    Bjo de paz amiga.

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  15. Siplesmente, magnifico!

    Beijinhos
    ~~~~~

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  16. Bonitas palavras, Ailime!
    E quantas vezes nem escutamos, nem vemos.
    Haja quem veja, escute, ame!

    Bom fim-de-semana!
    Beijinho

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  17. Olá, Ailime!
    Passando por aqui, relendo este lindo poema, e desejar uma excelente semana com muita saúde!

    Beijinhos!

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  18. É muito bom saber que existem pessoas assim... e outras que são capazes de reconhecer a sua importância. Muito belo, amiga! Meu abraço, boa semana.

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  19. Um poema, muito belo e que muito me sensibilizou!
    Para ler e reler! Pura maravilha poética, Ailime!
    Beijinhos
    Ana

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«Sou como você me vê.
Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania,
Depende de quando e como você me vê passar».C.L.