quarta-feira, maio 12, 2021

Tinhas o brio de um diplomata


Tinhas o brio de um diplomata

e a passividade redentora

de quem abomina a injustiça.

Teus pés calcorreavam quilómetros.

O sol caía a pino;

sem queixumes descias  vales

e subias escarpas semeando o pão.

Esculpias com os dedos na terra

o ciclo das águas

que mitigavam a sede  

do que plantavas com amor;

desse amor  brotavam flores e frutos.

Os teus olhos brilhavam de espanto

como se o sol te nascesse no gesto 

quando finalmente descansavas as mãos sobre o rosto;

como se a tua verdade fosse apenas um simples gesto.


Texto
Ailime
12.05.2021

Imagem Net (autor desconhecido)




22 comentários:

  1. Poema lindissimo que li e reli. Gostei muito. Deixo o meu mais efervescente elogio poético.

    Abraço virtual
    .
    Pensamentos e Devaneios Poéticos
    .

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Quem abomina a injustiça.

    Boa noite de serenidade, querida amiga Ailime!
    Assim sou, perco a paciência com injustiça.
    Vejo a injustiça como falta de Amor.
    Já quando é assim:
    "plantavas com amor;
    desse amor brotavam flores e frutos."
    É muito diferente, amiga.
    Muito bom vir aqui, relaxa, traz beleza aos olhos.
    Tenha um bom anoitecer/amanhecer!
    Beijinhos carinhosos e frate

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  4. Olá, Ailime!
    Belíssimo poema aqui nos presenteia!

    É muito interessante este paralelismo, entre o abominar a injustiça, e a falta de amor.
    Faz todo o sentido.

    Gostei muito!

    Beijinhos e continuação de ótima semana!

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  5. Eu também abomino injsstiças.Lindo poema, tão bem inspirado! bjs, chica

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  6. Que boa surpresa, Ailime!
    Um poema num género completamente diferente daquele com que nos habituou!
    Gostei muito, querida amiga, Beijos
    ~~~~

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  7. Linda inspiração que nos brinda entrelaçando o cumprimento do trabalho com justiça e amor. Bjsss

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  8. O Cosmos é um pequeno grão de areia
    onde esculpimos gestos e caminhos
    que nos transportam

    Bj

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  9. Além da mensagem de amor e integridade, uma sucessão de elementos de tal forma expostos que encantam.
    Fantástica Poesia, Ailime!
    Beijinho !

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  10. Que riqueza maior que colher os frutos do que se semeia com amor? Um poema dedicado ao teu avô, imagino? Um homem sempre muito bem informado, que prezava muito a educação, o saber, a justiça e que soube viver numa simplicidade exemplar. Obrigado por nos transportares para estas memórias bonitas, quase imaginárias nos dias de hoje, que guardas em ti.

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  11. Imagem e versos que me trazem entusiasmo neste início da manhã. Trabalho, justiça e satisfação em cumprir suas tarefas com brio especial... Lindo!
    Beijinhos

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  12. Olá, amiga Ailime!
    Passando por aqui, relendo este lindo poema! E desejar um Feliz fim de semana!

    Beijinhos e muita saúde!

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  13. "Esculpias com os dedos na terra
    o ciclo das águas
    que mitigavam a sede" Tão belo este poema dedicado a alguém que passou pela vida como se a "verdade fosse apenas um simples gesto".
    Cuida-te bem, minha querida Amiga.
    Um bom fim de semana.
    Um beijo.

    do que plantavas com amor

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  14. Olá, Ailimi, gostei muito de ler esse seu poema, sensível e inspirado.
    Parabéns!
    Um bom fim de semana, cuidando-se, amiga.
    beijos.

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  15. Um lindo poema, Ailime.
    Estou de volta depois de três dias de cama, com febre, dores no corpo todo, vómitos e inchaço nos pés e mãos. E se como toda a gente me diz o pior é a segunda dose, estou bem arranjada. Bom mas o que interessa é que hoje já estou bem.
    Abraço, saúde e bom domingo

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  16. Olá, amiga Ailime!
    Passei por aqui, relendo este lindo poema. E desejar uma boa semana com muita saúde!
    Beijinhos!

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  17. Que belo poema, querida Ailime, bom fazer uma leitura leve, mais do que nunca precisamos é de poesia, amiga!
    Um beijinho e uma feliz semana.

    "Tinhas o brio de um diplomata
    e a passividade redentora
    de quem abomina a injustiça."

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  18. Gostei do poema, Ailime.
    Infelizmente, tenho os olhos particularmente doridos, hoje, o que me impede de ler mais alguns dos seus textos poéticos.
    Tentarei voltar quando e se as coisas melhorarem.
    Um abraço

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  19. Todo o poema é lindo, amiga! Mas encantou-me sobremaneira a frase "Esculpias com os dedos na terra"! Quantos artistas anônimos o fazem, todos os dias! Meu abraço, boa semana.

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  20. Olá, amiga Ailime!
    Passando por aqui, relendo este lindo poema, e desejar uma excelente quarta feira!

    Beijinhos!

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  21. A terra... para quem a trabalha... e para quem a respeita...
    Tão diferente do que assistimos hoje... em que os silos de químicos, fazem parte da paisagem de tantas quintas de cultivo... para fazer tudo crescer à pressão...
    Adoro os seus poemas, Ailime, que nos devolvem a verdadeira dimensão e preciosidade do tempo... e o seu correr, no ritmo certo...
    Beijinhos! Desejando-lhe a continuação de uma boa semana...
    Ana

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«Sou como você me vê.
Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania,
Depende de quando e como você me vê passar».C.L.